quarta-feira, 29 de agosto de 2012

HIV positivo!

     Na última semana de julho deste ano, apareceu na mídia várias reportagens sobre o famoro "Paciente de Berlim", Timothy Ray Brown, um americano de 47 anos se curou do vírus HIV.

     Em 1995, Timothy descobriu que era portador do vírus HIV, quando morava na Alemanha, um ano mais tarde foi lançado o "famoso" coquetel anti-retrovirais, com o qual foi capaz de seguir sua vida normalmente. Em 2006 descobriu que sofria com leucemia mieloide aguda (um tipo de câncer que afeta o sistema imune), depois de tratamentos sem sucesso contra esse câncer, decidiu juntamente com seu médico, testar um novo tratamento. Este tratamento incluía um transplante de células tronco de um doador.
     Com o passar o tempo, ele foi submetido a tratamentos e novos transplantes de células tronco desse mesmo doador, após 2 anos Timothy já estava curado, mas o caso foi reportado pela primeira vez apenas em 2008, em um congresso.
     Timothy ainda compoleta: "Desejo que esta cura seja transferida a cada pessoa infectada com HIV neste mundo".

     HIV (vírus da imunodeficiência humana)
     O vírus HIV é um retrovírus (constituído por moléculas de RNA). Entre outras propriedades, eles precisam, para multiplicar-se, de uma enzima denominada transcriptase reversa, responsável por transformar RNA viral em uma cópia de DNA, que pode então se integrar ao genoma do hospedeiro. Esse vírua ataca o sistema imunológico, as células mais afetadas são os linfócitos T CD4+ (que vão morrendo e dimunindo a resistência imunológica do portador).
     Os primeniros casos de AIDS foram relatados em 1981. Logo (quando se tornou uma pandemia), em 1983, o vírus foi isolado de pacientes, e identificado (com nomes diferentes do atual) na França e nos EUA (por equipes médicas diferentes). Em 1984 os testes anti-HIV tornaram-se disponíceis no mercado. Em 1986 a OMS (Organização Mundial de Saúde), denominou-o de HIV.
     A transmissão do HIV, acontece por relação sexual, mas pode haver também, transmissão vertical (de mãe para filho - durante a gestação, no parto ou na amamentação) ou por contato com sangue infectado (como o compartilhamento de seringas ou transfusão de sangue contaminado, entre outros).

     AIDS
     AIDS é chamada a fase em que o vírus HIV começa afetar o sistema imune da pessoa infectada. Após o período assintomático, as infecções oportunistas e câncer aparecem. Ninguém morre por causa do vírus HIV - morrem de inúmeras infecções que o paciente sofre.
     Existem 2 tipos de HIV, o HIV2 é encontrado principalmente na África, ele é menos transmissível que o HIV-1, estas associado com uma menor carga viral e uma taxa menor de redução do CD4 e da progressão clínica da doença, sendo menos agressiva que o HIV-1.

     A infecção pelo HIV
     A infecção pelo HIV pode ser dividida em quantro fases clínicas: infecção aguda (inicia no pico da viremia e da atividade imunológica e assemelham-se aos de outras infecções virais, podem surgir: febre, faringite, rash cutâneo, condidíase oral, cefaléiam, perda de peso, naúseas e vômitos, entre outras. Após a resolução da fase aguda, a viremia se estabiliza em níveis variáveis. Há queda da contagem de linfócitos T CD4+, que está diretamente relacionada à velocidade da replicação viral e pregressão para a AIDS); fase assintomática (são poucas ou inexistentes as alterações no estado geral. Em alguns pode passar despercebida), também conhecida como latência clínica; fase sintomática inicial ou precoce (neste fase, podem surgir sinais e sintomas inespecíficos, de intensidade variável e processos oportunistas de pouca gravidade, principalmente em pele e mucosas, sudorese noturna, fadiga, emagrecimento, candidíase, gengivite, herpes, entre outras); e AIDS.

     Resistentes?
     A maioria dos portadores do HIV desenvovem AIDS e dificilmente uma infecção pode ser controlada, mas existem pacientes que após a soroconversão não apresentam AIDS - são os pacientes não progressores de longa duração ou controladores de elite. Mas, podem transmitir o vírus a outras pessoas.
     Já foi idenetificada uma mutação rara, no receptor CCR5 que confere grande resistência a infecção do vírus, aos homozigotos para essa deleção (-1% da população Caucasóide). Assim as pessoas com essa mutação dificilmente são infectadas com o vírus.

     Tratamento
     Hoje em dia um paciente HIV positivo faz uma terapia anti-retroviral (coquetéis), que diminui 50% a incidência de AIDS e mortes relacionada, mas esse tratamento traz alguns efeitos colaterias. O vírus se torna resistente aos inibidores retrovirais, pois sofre muitas mutações. Por isso é necessário o uso de diferentes combinações ao longo do tratamento.

     Possível verdade sobre o paciente de Berlim
     Provavelmente este paciente tinha HIV ( o vírus circulando) mas não AIDS (a doença em si). Com o tratamento com células tronco para a cura da leucemia, ele teve um doador com a mutação no receptor CCR5, com os decorrentes transplantes, ele passou a desenvolver também essa mutação, eliminando gradualmente as células infectadas com o vírus e dando lugar as células não infectadas! Assim o vírus foi eliminado do organismo.
     
     Sem dúvida isso é um avanço enorme para a ciência, agora sabemos que é possível eliminar o HIV do organismo, mas ainda é necessário muito estudo para tornar esse "acidente" um novo tratamento!