sábado, 14 de junho de 2014

Césio-137

Em 1987 aconteceu o maior acidente de contaminação por radioativos ocorrido no Brasil, em Goiânia, e o maior no mundo ocorrido fora das usinas nucleares. Aconteceu quando um aparelho utilizado em radioterapias, foi encontrado em uma clinica abandonada, no centro de Goiânia, em Goiás. O instrumento foi encontrado por catadores de um ferro velho local e levado para desmanche, o que afetou seriamente a saúde de centenas de pessoas. 3 sócios dessa clínica foram condenados por homicídio culposo (quando não há intensão de matar), em 1996.
O cloreto de césio é um sal muito parecido com o sal de cozinha, mas que emite um brilho azulado quando em local desprovido de luz, isso fez com que o material fosse alvo do interesse de centenas de pessoas, assim, espalhando o material e a radiação.
A contaminação em Goiânia originou-se de um capsula que continha cloreto de césio (19,26g), que era parte do equipamento de radioterapia. A cápsula esta revestida por uma caixa protetora, de aço e chumbo. O objeto foi recolhido por militares e hoje se encontra exposto como troféu no interior da Escola de Instrução Especializada, no Rio de Janeiro, em forma de agradecimento aos que participaram da limpeza da área contaminada.
Em 1985 o  Instituto Goiano de Radioterapia (IGR) foi desativado, a maioria das suas instalações foi demolida, mas algumas salas permaneceram em ruínas e o equipamento foi abandonado no local.
Quando os catadores enviaram o equipamento para desmonte o dono do ferro-velho ficou encantado com o brilho e espalhou para a família e amigos, acontecendo o contato direto,na pele, roupas e até ingestão acidental. Isso fez com que o material se espalhe rapidamente e contaminasse muitas pessoas. Algumas horas depois da exposição ao radioativo as pessoas começara a desenvolver diversos sintomas e se encaminhar para hospitais, onde não tinha certeza da origem dos sintomas, até que a esposa do dono do ferro-velho contou sobre a coincidência e entregou a cápsula à vigilância sanitária.
A população da região foi examinada  e no total 112.800 pessoas foram expostas aos efeitos do césio, muitas com contaminação externa revertida a tempo, 129 pessoas apresentaram contaminação interna e externa e foram medicadas, 49 foram internadas e 21 precisaram sofrer tratamento intensivo, oficialmente 4 foram a óbito, a esposa e filha do dono do ferro-velho e dois empregados.
Muitas casas foram esvaziadas, e limpadores a vácuo foram usados para remover a poeira antes das superfícies serem examinadas para detecção de radioatividade. Telhados foram limpos a vácuo, mas duas casas tiveram seus telhados removidos. Objetos como brinquedos, fotografias e utensílios domésticos foram considerados material de rejeito. O que foi recolhido com a limpeza foio transferido para o Parque Estadual Ortegal, onde se encontra uma "montanha" artificial revestida de uma parede de aproximadamente 1 metro de espessura de concreto e chumbo. A limpeza produziu 13,5 toneladas de lixo atômico, que necessitou ser acondicionado em 14 contêineres que foram totalmente lacrados que permanecerão perigosos para o meio ambiente por 180 anos, atendendo á recomendações do IBAMA, da CNEN e da CEMAM