Conhecendo o vírus
A febre hemorrágica causa pelo vírus Ebola, trata-se de uma febre extremamente severa que é frequentemente fatal em humanos e outros primatas (como gorilas e chimpanzés). A febre hemorrágica é causada pela infecção do vírus da família Filoviridae, gênero Ebolavirus. Existem 5 espécies identificadas do Ebolavirus, quatro das cinco espécies causam a doença em humanos: Ebola virus (Zaire ebolavirus), Sudan virus (Sudan ebolavirus), Tai Forest virus (Tai Forest ebolavirus, antigamente Cote d'lvoire evolavirus) e Bundibugyo virus (Bundibugyio ebolavirus), nomes geralmente associados às regiões em que foram encontrados.
Acredita-se que o hospedeiro primário desse vírus é uma espécie de morcego frugívoro existente na África, mas pessoal, não saiam por aí matando morcegos, eles não vão transferir a doença pelo ar e eles se alimentam de frutas então eles não estão nem um pouco interessados em chegar perto dos humanos.
Transmissão
O vírus é transmitido por contato direto com fluídos corporais de pessoas infectadas, como sangue, mucosa, tecidos, feridas que estejam liberando secreção, fezes, urina, saliva, sêmen (inclusive um paciente pode transmitir o vírus pelo sêmen por algumas semanas depois de estar curado)... Ou pelo contato com objetos contaminados por essas secreções, como seringas, roupas, roupas de cama... O contato NÃO ocorre pela água, por alimentos ou pelo ar.
De acordo com Stephan Monroe, vice-diretor do centro CDC para doenças infecciosas afirma: O vírus "é transmitido por contato direto com fluidos corporais de uma pessoa infectada ou após a exposição a objetos - como seringas - que estejam contaminados com secreções infectadas", e mais "O Ebola não é contagioso até que apareçam os sintomas", portanto enquanto o vírus está incubado, o paciente não transmite o vírus. Por isso é muito improvável que o Ebola seja transmitido por viajantes, em vôos ou de trem, já que é necessário contato direto com as secreções corporais.
Então pelo alto risco de transmissão por contato, a pessoa que em função desta doença devem ser manipuladas apenas por pessoas com roupa de proteção e luvas.
Sintomas
No início os sintomas não são específicos, são tipicamente: febre, dor de cabeça, dores nas articulações e músculos, fraqueza, diarreia, vômitos, dor de estômago, perda de apetite. Alguns infectados podem apresentar: rash cutâneo (manchas ou feridas na pele), olhos vermelhos, soluços, tosse, garganta inflamada, dor no peito, dificuldade na respiração, dificuldade da deglutição, hemorragias dentro e fora do corpo. Os sintomas podem aparecer de 2 a 21 dias após a exposição e geralmente tem uma duração de 8 a 10 dias.
Tratamento
Não existe, ainda, um tratamento ou vacina para esse vírus, mas já estão sendo feitos experimentos cada vez mais efetivos, de drogas para eliminá-lo. Por enquanto os pacientes são tratados apenas para os sintomas causados pelo vírus, como hidratação, manutenção do níveis de oxigênio e pressão sanguínea, e tratamento de possíveis infecções.
História
Em 1976, foi detectado pela primeira vez, em surtos em Nzara, no Sudão, e em Yambuku, na República Democrática do Congo, em uma região próxima ao rio Ebola, na época, foram 602 casos e destes 436 mortes. E desde sua descoberta, ocorrem, ocasionalmente, surtos em alguns países africanos, sempre com alto letalidade, mas autolimitados.
2014
Desde março deste ano, morreram mais de 3000 pessoas no Oeste da África, em Serra Leoa, Libéria, Guiné, Senegal, Nigéria e República Democrática do Congo. Este é o pior surto da doença desde que ela surgiu há 38 anos, com mais de 8.000 pessoas infectadas.
A OMS (Organização Mundial de Saúde) decretou estado de emergência internacional por causa da epidemia, já que é a primeira vez que o vírus chega à cidades populosas. Mas acredita que a possibilidade da infecção se espalhar pelo mundo é muito baixa, devido ao modo de contágio. A seriedade do surto atual é a sua extensão (quatro países atingidos) e a demora para contê-los.
De acordo com a ONG Médicos sem Fronteiras (MSF) a dificuldade de contenção se dá principalmente pela precariedade dos serviços de saúde, que não dispõe de equipamentos e profissionais preparados para esses casos. Além disso, práticas e tradições culturais e ocultação dos casos, muitas vezes põem a sociedade em risco, já que nos casos dessa doenças devem ser tratados com mais cautela.
"É preciso fazer algo em vez de limitar a resposta a um trabalho para evitar que a doença chegue aos seus países. É preciso aproveitar a oportunidade única de salvar vidas onde há uma necessidade imediata disso, no oeste da África." - diz Liu (presidente da ONG MSF).
O belga Peter Piot, um dos descobridores do vírus, em 1976, não acredita em uma grande epidemia fora da África, "Eu não estou muito preocupado com a ideia de que o vírus seja transferido aqui (na Europa). Não me preocuparia em ficar sentado no metrô do lado de uma pessoa portadora do vírus Ebola, contanto que não vomite em cima de mim ou algo do tipo."
ZMapp
Pesquisadores americanos têm investigado diferentes combinações de anticorpos como terapia contra a doença. E o ZMapp é o coquetel mais recente, contendo 3 anticorpos. Os testes desse coquetel, feitos em macacos infectados com o vírus ebola, mostraram que 100% deles sobreviveram - inclusive animais que receberam a droga em estado avançado da doença. Os cientistas dizem que se trata de um feito significativo, já que medicamentos prévios só serviam se fossem ingeridos antes mesmo que os sintomas surgissem. O curso da infecção é mais lento em humanos do que nos macacos. Por isso, estima-se que o ZMapp só seja eficaz em humanos se ingerido até o nono ou 11º dia da infecção.
O virólogo britânico Jonathan Ball, da Universidade de Nottingham, comentou que "Trata-se de uma melhora incrível quanto aos coquetéis prévios - 100% de sucesso e, sobretudo, após os primeiros sintomas da infecção". O professor Peter Piot, diretor da Escola de Higiene e Medicinal Tropical de Londes, "Esse bom teste em não-humanos oferece a evidência mais convincente até agora de que o ZMapp pode ser um tratamento efetivo às infecções de ebola em humanos", afirma. "É crucial que testes em humanos comecem o mais rápido possível."
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