quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Intolerância à Lactose

A intolerância à lactose, também conhecida como deficiência de lactase, é a incapacidade ou dificuldade que o corpo tem de digerir a lactose (um dos açúcares encontrados no leite, ou derivados dele). Isso acontece quando o corpo não produz, ou produz em pouca quantidade de enzima lactase (que vai digerir o açúcar lactose), para transformar em glucose e galactose  (outros açúcares necessários para o funcionamento do organismo). Assim, essa substância chega ao intestino inalterada, ali ela se acumula e é fermentada por bactérias, que fabricam o ácido lático e gases, aparecendo os sintomas comuns dessa deficiência.
 

Há diferença entre "alergia ao leite" e "intolerância à lactose", a alergia é uma reação imunológica adversa às proteínas do leite, que se manifesta após a ingestão de uma porção de leite ou derivados, por menor que seja. A mais comum é a alergia ao leite de vaca, que pode provocar alterações no intestino, na pele e no sistema respiratório (tosse e bronquite, por exemplo). Diferente da intolerância que já foi dito acima, os sintomas variam de acordo com a maior ou menor quantidade de leite e derivados ingeridos.
Pesquisas mostram que 70% dos brasileiro apresentam algum grau de intolerância à lactose, que pode ser leve, moderado ou grave, segundo o tipo de deficiência apresentada.

Existem três tipo de intolerância à lactose:

PRIMÁRIA
Diminuição natural e progressiva na produção de lactase a partir da adolescência e até o fim da vida. Durante a infância, o corpo produz muita enzima lactase, pois o leite é a fonte primária de nutrição após o nascimento, com o tempo e a mudança na alimentação, acontece um declínio na produção de lactase, que pode levar a um quadro de intolerância a lactose.
SECUNDÁRIA
A produção de lactase é afetada por doenças intestinais, como diarreia, síndrome do intestino irritável, doença de Crohn, doença celíaca, ou alergia à proteína do leite, por exemplo. Nesse caso a intolerância pode ser temporária e desaparecer com o controle da doença base.
CONGÊNITA
É possível que bebês nasçam com intolerância à lactose por deficiência de lactose no organismo, mas é bem raro acontecer. Essa é conhecida como herança autossômica recessiva (genética) e é passada de geração em geração. Isso significa que tanto o pai quanto a mãe precisam transmitir o gene da intolerância à lactose para o filho para que ele apresente o problema.

Os sintomas da intolerância à lactose atingem o sistema digestório e melhoram com a interrupção do consumo de produtos lácteos e podem surgir horas ou minutos após a ingestão desses alimentos. Os sintomas são geralmente dores abdominais, diarreias, cólicas, excesso de gases e náuseas. Crianças pequenas e bebês, quando apresentam esse distúrbio, em geral, perdem peso e crescem mais lentamente.

Além da avaliação clínica, o diagnóstico da intolerância pode contar com três exames específicos: teste de intolerância à lactose (o primeiro é oferecido pelo SUS gratuitamente, o paciente recebe uma dose de lactose em jejum e, depois de algumas horas, colhe amostras de sangue para medir os níveis de glicose, que permanecem inalterados nos portadores do distúrbio), teste de hidrogênio na respiração (esse teste considera o nível de hidrogênio eliminado na expiração depois de o paciente ter ingerido doses altas de lactose) e teste de acidez nas fezes.


A intolerância à lactose é uma carência do organismo que pode ser controlada com dieta e medicamentos. É importante fazer testes de quantidades de lactose que o organismo pode suportar, pois o leite, possui cálcio, que junto com a vitamina D são responsáveis pela formação da massa óssea. Suplementos com lactase e leite modificados com baixo teor de lactose são úteis para manter o aporte de cálcio, quando a quantidade de leite ingerido for insuficiente. Há diversos alimentos que possuem cálcio e podem substituir o cálcio contido no leite.

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